Publiquei no Digestivo Cultural o artigo Pra que ler jornal de papel?, sobre uma mídia supostamente moribunda: os jornais impressos. Há neles aspectos atrativos, inexistentes na internet, sua algoz? Explorei essa possibilidade e algumas outras ideias. Eu escrevi:
Em primeiro lugar, o jornal me sugere um percurso. Realiza uma seleção, dispõe discussões relativas ao tema, agrupa as matérias de forma que eu as visualize todas com o virar das páginas. Navegando na Folha Online, eu teria de passar de link relacionado a link anunciado, mas nada ali me diz que aquilo faz parte de um todo, só me diz que foi acumulado no mesmo lugar. (…) Nessa sugestão de caminho, encontramos a segunda utilidade: ao longo das editorias, sou apresentado a assuntos que eu não procuraria virtualmente, e, por isso, nunca saberia deles. Esportes, temas femininos, construção, design ― não procuraria nada no Google sobre eles; mas ali no jornal estava uma matéria e por acaso eu aprendi. A internet é como o mar de certo conto de Poe: te drena em uma espiral e te afunda. No fim das contas, ela te dá mais e mais de você mesmo, seguidamente.